CIÊNCIA & SAÚDE AMBIENTE, BIODIVERSIDADE, CLIMA A SEXTA GRANDE EXTINÇÃO EM MASSA ESTÁ PRESTES A ACONTECER 8 Fevereiro, 2016 por SV
“Estamos a ponto da sexta grande extinção”. O alerta é de
Georgina Mace, uma referência mundial nos capítulos do estudo da vida e da
biodiversidade.
Em entrevista ao jornal espanhol El
Mundo, a professora catedrática de Biodiversidade e Ecossistemas na
Universidade College de Londres, no Reino Unido, salienta que “todas as
evidências indicam que estamos a ponto da sexta grande extinção”.
E será “uma extinção em massa”, prevê a também
directora do Centro para a Investigação da Biodiversidade e do Meio Ambiente da
College de Londres, provocada não pelo “sistema terrestre ou por efeitos
extraterrestres”, como no caso das cinco extinções que já se verificaram no
nosso planeta, mas “pelas pessoas”.
Uma ideia que vem ao encontro de teses já divulgadas,
nomeadamente de que o risco
de extinção em massa da espécie humana é igual ao das outras espécies e
de que a sexta
extinção em massa já começou com os humanos em risco.
“Se continuarmos o mesmo caminho que levamos actualmente,
entraremos definitivamente numa extinção em massa, a sexta grande extinção, mas
é uma escolha das pessoas que vivem hoje no planeta podermos conter
ou inclusive, reverter essa tendência”, considera Georgina Mace no El Mundo.
Esta investigadora acredita que para “conter a extinção em
massa” é preciso pôr cobro à “forma de consumo destrutiva” que
persiste nas nossas sociedades
Georgina Mace nota que o “impacto do ser humano sobre o meio
ambiente” resulta do “número de pessoas e da forma como vivem as suas vidas”
– “importa quantos somos e como consumimos“, sublinha.
Assim, “a longo prazo, também precisamos de abordar o
problema do número de pessoas sobre a Terra”, diz, realçando que seria mais
fácil resolver os desafios ambientais “se houvesse menos gente no planeta”.
Comentando o acordo assinado na recente Cimeira
de Paris, Georgina Mace não acredita que “seja um documento especialmente
bom para a biodiversidade”, criticando que está “focalizado apenas no
clima” e que “esqueceu o resto do meio ambiente”.
A professora de Biodiversidade ainda nota que tem havido “um
grande retrocesso”, a nível europeu, nomeadamente porque a defesa do meio
ambiente é vista como um “obstáculo para o crescimento económico”.
Georgina Mace diz que é preciso que o meio ambiente seja
visto como “necessário para um crescimento justo e igualitário” e que importa
criar “sustentabilidade ambiental muito mais além das áreas protegidas”.
SV, ZAP
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